Concessão da Hidrovia do Rio Paraguai avança e deve impulsionar transporte sustentável em MS
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) aprovou as contribuições da Audiência Pública nº 18/2024

O projeto de concessão da Hidrovia do Rio Paraguai deu mais um passo significativo. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) aprovou as contribuições da Audiência Pública nº 18/2024, etapa que antecede o envio da proposta ao Ministério de Portos e Aeroportos e, em seguida, ao Tribunal de Contas da União (TCU). A medida representa um marco para a infraestrutura de transportes em Mato Grosso do Sul, especialmente nas regiões de Corumbá, Ladário e Porto Murtinho.
O modelo prevê investimentos iniciais de R$ 63,8 milhões nos primeiros cinco anos de concessão — que terá duração de 15 anos, com possibilidade de prorrogação. O trecho contemplado possui cerca de 600 km, entre Corumbá e a foz do Rio Apa, em Porto Murtinho, e será beneficiado com dragagem, balizamento, sinalização, galpões industriais, aquisição de draga e implantação de sistemas de gerenciamento de tráfego aquaviário.
Segundo o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), a concessão é um divisor de águas para o Estado.
“Além de destravar gargalos logísticos que encarecem a produção mineral e agrícola, esse projeto amplia a integração com o Mercosul e reforça o papel histórico de Corumbá e Ladário na navegação interior”, afirmou.
A iniciativa também se alinha às metas ambientais do Estado. Verruck destacou que o modelo prevê medidas de mitigação e modernização ambiental, com foco na redução das emissões de carbono.
“A hidrovia será estratégica para consolidar Mato Grosso do Sul como exemplo de logística sustentável, alinhada à meta de neutralidade de carbono até 2030.”
Outro ponto destacado é que esta será a primeira concessão hidroviária do país, o que sinaliza um novo momento para o setor. A expectativa é que, com os investimentos e a gestão privada, o transporte de cargas fluviais ganhe previsibilidade, regularidade e menor impacto ambiental, tornando os produtos sul-mato-grossenses mais competitivos dentro e fora do Brasil.
Para o presidente da ADECON (Agência de Desenvolvimento Sustentável das Hidrovias e dos Corredores de Exportação), a aprovação do modelo representa um momento histórico.
“É uma virada de chave na logística nacional e um movimento decisivo para atrair investimentos ao transporte interior com menor custo e impacto ambiental.”
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