Câmara discute como Campo Grande pode se beneficiar do Corredor Bioceânico
Setor logístico aponta entraves e vereadores cobram medidas concretas para garantir protagonismo da Capital no novo eixo de exportações
 Reunião com vereadores e representantes do setor logístico - Foto: Divulgação/Câmara Municipal de CG              Campo Grande quer mais que ser ponto de passagem no Corredor Bioceânico. Para isso, vereadores se reuniram com representantes do setor logístico e autoridades do Executivo esta senaba, discutindo ações práticas que garantam o protagonismo da cidade no maior projeto de integração rodoviária da América do Sul.
A discussão foi promovida pela Frente Parlamentar de Acompanhamento da Implantação da Rota de Integração Latino-Americana (RILA), com participação do presidente da Câmara, vereador Epaminondas Neto, o Papy (PSDB). Ele alertou para a necessidade de o Legislativo municipal deixar o discurso e partir para ações efetivas.
“Precisamos pontuar o que cabe a nós fazer para evitar problemas no futuro”, disse Papy.
O foco da reunião foi a busca por medidas que posicionem Campo Grande como cidade estratégica, e não apenas como rota de passagem. Para o presidente da Frente da RILA, vereador Ronilço Guerreiro (PODEMOS), é hora de debater os impactos diretos da Rota.
“Queremos saber o que Campo Grande pode ter de concreto: quais empresas virão, quais leis precisamos criar para garantir isso?”, questionou.
Setor logístico aponta gargalos
Cláudio Cavol, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística (SETLOG-MS), ressaltou os gargalos que ainda desafiam a plena operação da rota. A ausência de uma aduana integrada, o tempo de espera nas fronteiras e a falta de mão de obra qualificada foram os principais pontos levantados.
“O caminhoneiro não pode perder horas nas fronteiras. Isso inviabiliza a Rota”, alertou Cavol, ao reforçar a importância da cooperação entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.
Propostas e preocupações locais
Para Papy, existe o risco de que os ganhos fiquem concentrados no setor privado, enquanto a população de Campo Grande absorveria apenas empregos periféricos.
“Temos que influenciar outros municípios, articular com outras Câmaras e construir uma ação coordenada”, defendeu.
O vereador Maicon Nogueira (PP) propôs a criação de um Marco Legal Municipal, com normas específicas para atrair investidores e organizar o crescimento econômico na região.
“A Rota não é para especulação. É para gerar riqueza, inclusive com o turismo”, afirmou.
Corredor Bioceânico deve movimentar bilhões
O Corredor Bioceânico ligará o Brasil ao Chile, passando por Paraguai e Argentina, com cerca de 2.400 km de extensão. Campo Grande é considerada o coração logístico do projeto. A previsão é de que a ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta seja entregue em 2026.
Segundo estimativas do setor, a nova rota pode movimentar mais de 1,5 milhão de toneladas em exportações e cerca de 500 mil toneladas em importações por ano, a partir do quinto ano de operação. Os investimentos privados previstos para Mato Grosso do Sul ultrapassam R$ 70 bilhões.
 

 
 
 
 
 
 
 


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