Estratégia Brasil 2050 reforça papel central do Corredor Bioceânico no futuro do país
Durante evento em Campo Grande, ministra Simone Tebet e governador Eduardo Riedel destacam importância da Rota para garantir competitividade e atrair investimentos

Durante evento em Campo Grande, ministra Simone Tebet e governador Eduardo Riedel destacam importância da Rota para garantir competitividade e atrair investimentos
O debate sobre o futuro do Brasil passou por Campo Grande nesta quarta-feira (18), quando a capital sul-mato-grossense sediou o Fórum Participativo “Diálogos para Construção da Estratégia Brasil 2050”. Com destaque para a logística, o encontro consolidou o Corredor Bioceânico como um dos eixos estruturantes do desenvolvimento nacional.
Durante a abertura, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, usou a Rota como exemplo para ressaltar a importância do planejamento de longo prazo. “Se nós tivéssemos tido um plano estratégico, com orçamento e execução, a Rota Bioceânica já estaria pronta no início dos anos 2000. E não só em 2026, como vai acontecer”, afirmou. Para a ministra, sem a rota não há futuro para o agronegócio brasileiro.
“Essa rota é um divisor de águas. É o exemplo do quanto perdemos de oportunidade e de como países como China, EUA e os do sudeste asiático se antecipam”, completou Tebet.
O Corredor Bioceânico, que interliga Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, com saída ao Pacífico, foi apontado como caminho para ampliar a competitividade da produção agroindustrial nacional e atrair investimentos internacionais. Segundo a ministra, esse tipo de infraestrutura precisa estar previsto em estratégias de Estado, e não apenas em ações pontuais de governo.
Visão de futuro a partir da Rota
O governador Eduardo Riedel (PSDB) também destacou o papel da Rota Bioceânica dentro do planejamento estratégico de Mato Grosso do Sul.
“Temos dois grandes potenciais que são temas globais: segurança alimentar e transição energética. E o nosso Estado está inserido de forma protagonista nessas duas agendas”, declarou.
“Quando oferecemos esses ativos ao mundo, com tecnologia, inovação e conhecimento, estamos não só construindo desenvolvimento, mas posicionando o Brasil de forma relevante nas discussões internacionais”, completou Riedel.
O governador ainda defendeu a legitimidade do processo de elaboração da Estratégia Brasil 2050 por ouvir a sociedade. “Esse tipo de exercício é fundamental porque traduz os interesses reais da população em políticas públicas consistentes.”
O Corredor como bússola
O evento, que contou com participação de parlamentares, pesquisadores, empresários e representantes da sociedade civil, integra um ciclo nacional de debates coordenado pelo Governo Federal. Ao final da série, será entregue ao Congresso Nacional um documento com metas e indicadores que guiarão o país até 2050 — com entregas previstas já para 2030.
Segundo a secretária nacional de Planejamento, Virgínia de Ângelis, o documento trará metas com base em evidências. “Quando o planejamento está socialmente enraizado, ele tem mais chances de se manter ao longo de governos. Ele será uma bússola com metas para orientar políticas públicas de todos os entes federativos.”
Campo Grande no centro do debate
A capital sul-mato-grossense foi escolhida para encerrar a rodada de encontros regionais, o que, para Simone Tebet, é simbólico. “Encerrar esse ciclo em Campo Grande, com a Rota Bioceânica como referência, reforça que Mato Grosso do Sul vive um momento único. O PIB do Estado vai surpreender. Vai dar inveja ao PIB nacional.”
“Esse projeto não é de um governo. É um projeto do Estado brasileiro, construído com a sociedade. Quem é que não quer, da direita ou da esquerda, fortalecer o agro e erradicar a miséria?”, questionou.
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