Em visita institucional à Câmara Municipal de Campo Grande nesta sexta-feira (16), o ministro da carreira diplomática do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson, participou de uma reunião com parlamentares e representantes de instituições ligadas à integração regional.

O encontro teve como pauta central o papel da capital sul-mato-grossense na consolidação da Rota Bioceânica, corredor estratégico que ligará o Brasil aos portos do norte do Chile, atravessando Paraguai e Argentina.

A reunião contou com a presença do presidente da Câmara, vereador Epaminondas Neto (Papy), e do vereador Ronilço Guerreiro (Podemos), que preside a Comissão de Indústria, Comércio e Turismo e integra a Frente Parlamentar de Acompanhamento da Implementação do Corredor Bioceânico.

Também participaram o gestor de negócios internacionais do Escritório Comercial de Tarapacá em Campo Grande, Fábio Roberto Cordeiro, e o presidente da Comissão de Relações Internacionais e Institucionais da OAB/MS, Jhonny Cristaldo.

“O Corredor começa aqui”

Durante o encontro, o ministro Parkinson classificou o Corredor Bioceânico como a maior obra em andamento na América do Sul e enfatizou a centralidade de Campo Grande no projeto. Segundo ele, a rota foi pensada como alternativa logística para as exportações do Centro-Oeste brasileiro, o que exige ações concretas de planejamento urbano, infraestrutura e diplomacia econômica.

“É importante deixar claro que o Corredor Bioceânico começa em Campo Grande. Estamos diante de um projeto multidimensional que provocará impactos profundos. Precisamos pensar em políticas públicas que promovam a cidade como referência logística e comercial”, afirmou Parkinson.

Da ideia à prática

O vereador Ronilço Guerreiro avaliou a visita como um passo importante para tornar o tema mais palpável no debate municipal.

“O Corredor muitas vezes é tratado de forma abstrata, mas é hora de discutir sua implementação prática. O ministro trouxe informações essenciais para traduzirmos esse projeto em ações locais”, comentou.

A expectativa é que a Câmara atue na formulação de legislações e ajustes normativos que facilitem a atração de investimentos estrangeiros, com foco em setores estratégicos ligados à rota — como logística, transporte, armazenagem e serviços internacionais.

Participação legislativa e articulação internacional

Para o presidente da Câmara, vereador Papy (PSDB), o desafio agora é transformar o interesse institucional em políticas públicas que posicionem Campo Grande de forma competitiva no novo cenário econômico.

“Temos que olhar para o Corredor Bioceânico sob a ótica das relações internacionais. Precisamos trabalhar legislações que acompanhem essa realidade e que nos tornem mais atrativos para quem busca se instalar aqui”, afirmou.

A Frente Parlamentar criada recentemente na Casa será o canal permanente para articulações relacionadas à Rota Bioceânica, garantindo o acompanhamento das etapas de execução do projeto e o diálogo com diferentes esferas de governo e instituições da sociedade civil.